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Universidade Federal do Rio de Janeiro Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa Programa Institucional de Internacionalização - CAPES/PrInt

Parceria: Parceria com o Departamento de Biologia na Pennsylvania State University (PSU) nos Estados Unidos. Trabalho realizado sob orientação do professor Roberto Iglesias-Prieto e com colaboração com as doutorandas Kelly Gomez, Kira Turnham e Tatiana Galindo. Sob o título “The cost of living: effects of light on photosynthesis in different species of the microalgae Symbiodiniaceae”

Destaques: O projeto desenvolvido durante o período de doutorado sanduíche avalia os efeitos que a exposição a diferentes condições de luz podem ter sob o crescimento e atividade fotossintética de dinoflagelados pertencentes a família Symbiodiniaceae que formam uma relação simbiótica com corais.

Nessa simbiose os corais recebem 90% de sua alimentação através produtos fotossintéticos oriundos da microalga, que por sua vez, obtém um ambiente protegido e com disponibilidade de CO2 e compostos nitrogenados. Quando essa relação é exposta a fatores considerados estressantes pelo holobionte, como aumento na irradiância e temperatura, ela pode ser rompida e nesse caso o coral fica suscetível ao aparecimento de doenças e/ou mortalidade.

Como grande parte da nutrição do coral provém da fotossíntese realizada pela microalga simbionte, quando esse processo sofre alguma pressão e é danificado o coral pode ficar indiretamente debilitado, não recebendo tal suprimento. Nesse estudo nós realizamos dois experimentos com três espécies de Symbiodiniaceae (S.natans, B. minutum, e C. hippopus) e quatro condições de luz,semelhantes aos níveis de irradiância encontrados nos sistemas recifais. No primeiro, avaliamos quanto o crescimento dessa microalga em cultivo era afetado em diferentes condições luminosas. No segundo, buscamos entender como a energia absorvida estava sendo utilizada, e para isso medimos Fv/Fm, que é a fração estimada de energia absorvida que está sendo utilizada para fotossíntese. As medições foram feitas a cada hora durante as 12 horas do ciclo de luz e em dois momentos no escuro, antes e depois da ativação do sistema de luz. Como nós esperávamos, os resultados do experimento indicam que condições de luz extremas (a mais alta, 600 e mais baixa 50 μmol de fótons.m2..s-1) limitam o crescimento da alga. No segundo caso ela precisa investir na reparação dos danos que estão sendo causados ao fotossistema, e ao mesmo tempo dissipar o excesso de energia que está sendo recebido, portanto seu próprio crescimento fica comprometido. Nessas duas situações o processo de fotossíntese ocorre em condições sub ótimas. Nos resultados do segundo experimento foi possível avaliar o quanto a fotossíntese foi afetada utilizando os valores de Fv/Fm que se comportaram de forma oposta. Enquanto a luz aumentava conforme o ciclo de luz ocorria, Fv/Fm apresentava valores reduzidos. Esses resultados indicam que as espécies se comportam de maneiras semelhante mas em níveis diferentes, uma pode ser mais afetada do que a outra. Os resultados mostram ainda que existe uma condição ótima para o funcionamento da fotossíntese, comprovando a variação fisiológica em Symbiodiniaceae, que tem sido usada como explicação para os diferentes níveis branqueamento entre espécies de coral.

Nos próximos passos com a continuação da colaboração entre os grupos de pesquisa esperamos avaliar o tempo de turnover da proteína D1 no fotossistema II.

Durante esse período na Penn State eu tive a oportunidade de trabalhar com um dos melhores grupos de pesquisa em Recifes de Corais, participando de seminários para discussão de artigos. Realizando apresentações nas reuniões semanais do laboratório, mostrando o andamento do projeto, desde o design experimental até os resultados obtidos. Foi uma experiência enriquecedora, que iniciou parcerias com umfuturo promissor.

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